sábado, 27 de agosto de 2011

O poder destrutivo das impressões erradas



Nunca se tem uma segunda oportunidade de causar uma boa primeira impressão. Precisamos de forma definitiva de um equilíbrio entre crenças e comportamentos. Apreciamos ouvir a exposição dos textos terapêuticos da Bíblia, em especial quando eles nos atingem, mas continuamos descrentes quanto ao mesmo poder da palavra de Deus na vida do próximo.

Esse desequilíbrio entre o que cremos e a ausência de influência do nosso credo são indícios de novas criaturas formadas em formas aleijadas e aleijantes. As impressões partem de onde menos esperamos, desde aqueles que julgamos modelos de maturidade, até atingir aquela fatia da cristandade que é refém quase que irreversível da “síndrome do farisaísmo”, que julga o próximo com o pior que possuem dentro de si. Esta postura, que é reflexo direto de memórias traumáticas, que constrói um círculo vicioso em que quem foi vítima, faz reféns do mesmo mal, o hábito cancerígeno das relações humanas: o prejulgamento.

Mas, se nos serve de consolo, a Bíblia, em sua particularidade singular dentre as demais literaturas religiosas, não costuma esconder as falhas grosseiras das suas personagens, antes descreve as mazelas emocionais e espirituais das vítimas das impressões erradas. Em especial, Davi, filho de Jessé, o belemita. Quando da sua escolha sofreu prejulgamento no contexto familiar e palaciano, sendo alvejado desde a primeira aparição em um momento crítico da sua nação. I Sm registra cinco impressões erradas construídas quando da sua atitude altruísta de resgatar a honra manchada de Israel. Vamos às cinco impressões:

  1. Seu pai o descreve como menor, usando uma palavra que não descreve estatura física, mas nível de aceitação familiar; havia um ambiente saturado de preconceito contra Davi.
  2. Samuel o enxergou como alguém que preenchia as características para o cargo de rei. A língua hebraica usa duas palavras para “não”: uma expressa brandura, outra expressa ira. Quando Deus diz “não” para Samuel, Ele está irado pela visão errada de Samuel em relação a Davi.
  3. Eliabe o enxerga como um oportunista por causa da sua curiosidade em relação aos rumos que a batalha estava tomando, e o despreza, definindo a competência questionável de Davi até no cuidar de poucas ovelhas.
  4. Saul viu em Davi uma solução barata para um problema caro: o resgate da sua reputação como rei diante da soldadesca.
  5. Golias via em Davi apenas mais um troféu para sua coleção que lhe dera o popular título de campeão dos filisteus; estas muitas conquistas construíram em Golias um vocabulário humilhante e depreciativo, que foi usado para tentar desestruturar psicologicamente Davi.

As impressões erradas já fizeram e continuam fazendo muitas vítimas; a cura para este mal é o equilíbrio nas nossas avaliações e relacionamentos marcados por confiança nas pessoas.

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